“Demósthenes” por Júlio Dantas
“Demósthenes”
Em casa de Lais, Demósthenes entrara:
Como Athenas inteira, o supremo orador
Vinha comprar também, nuns minutos de amor;
O corpo escultural dessa beleza rara.
Quási a possuíra já, de tanto que a sonhara:
E ao vêr, gloriosa e nua, em todo o seu esplendor,
Cingindo o stróphion de oiro aos dois seios em flor,
Essa linda mulher que se vendeu tão cara, –
Tímido, perguntou:– “Um só beijo fugaz,
Por quanto o vendes, grega?” E ela, num gesto lento:
- “Conta mil dracmas, velho, e tu me possuirás!”
- “Quê? Pagar por tanto oiro o beijo dum momento?
Dar mil dracmas por ti? Não, mulher; fica em paz:
Eu não compro tão caro um arrependimento.
Por Júlio Dantas
(Mantida a ortografia de época)
Em casa de Lais, Demósthenes entrara:
Como Athenas inteira, o supremo orador
Vinha comprar também, nuns minutos de amor;
O corpo escultural dessa beleza rara.
Quási a possuíra já, de tanto que a sonhara:
E ao vêr, gloriosa e nua, em todo o seu esplendor,
Cingindo o stróphion de oiro aos dois seios em flor,
Essa linda mulher que se vendeu tão cara, –
Tímido, perguntou:– “Um só beijo fugaz,
Por quanto o vendes, grega?” E ela, num gesto lento:
- “Conta mil dracmas, velho, e tu me possuirás!”
- “Quê? Pagar por tanto oiro o beijo dum momento?
Dar mil dracmas por ti? Não, mulher; fica em paz:
Eu não compro tão caro um arrependimento.
Por Júlio Dantas
(Mantida a ortografia de época)
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