terça-feira, 6 de janeiro de 2009

"Polifemo e Galatéia" por Anselmo Picardi

"Polifemo e Galatéia"

Sonhei, sonhei por esse amor impossível
E por sua beleza continuei por cantar!
Galatéia, a Ninfa que veio para encantar!
Trago na flauta o som que faço incrível

Ressoar nas graciosas plagas desses mares,
Acariciando seus ouvidos, seus luares...
O belo canto a celebrar-te em noite sombria,
Enquanto o oboé minhas dores encobria

Pela bela música desses cantares.
Entrego-te minha existência inteira,
Meu único olho, óh Nereida sorrateira,

Por que se negas ao meu amor? Em altares
Elevei-te moradia, lanço-te do Etna a ira
Nesse olhar medonho, a vida se retira.


Notas:
"Galatéia" – Ninfa que é a mais bela das Nereidas. Quando Ela voga sobre as ondas, os Tritões e os Amores lhe fazem cortejo: é o que se chama triunfo de Galatéia. Puxada por delfi ns que o Amor dirige, parece roçar apenas a superfície das águas trângüilas."

"Polifemo" – Filho de Netuno inspirado por uma violenta paixão por Galatéia. Ciclope de formas horrendas, Polifemo queixava: ‘Ó formosa Galatéia! Por que foges de mim? Sei, ó mais bela das ninfas, sei porque foges de mim; é porque espessas sobrancelhas, sombreando a minha testa, se prolongam de uma orelha a outra; é porque só tenho um olho, e o meu nariz alargado desce até os lábios...’ (Teócrito)
Uma fábula cantada por Homero em sua "Odisseia", como, também, pelos poetas Ovídio e Teócrito e muitos outros ao longo das idades.

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