quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Repercussão do livro "O Olhar Sob o Signo"


Movimento Poético Nacional

Ref. Of. Nº 0201/08

APRECIAÇÃO SOBRE O LIVRO "O OLHAR SOB O SIGNO" – AUTORIA DE ANSELMO PICARDI – EDITORA ALL-PRINT – 1ª Edição – ano: 2008

Caríssimo irmão poeta:


"por intermédio do "MOVIMENTO POÉTICO NACIONAL" – M.P.N ( onde se estabeleceu um verdadeiro coletivo de poetas e escritores ) e de cuja entidade com orgulho ostento o cargo de 1º vice-presidente, conheci uma invulgar figura: O poeta Anselmo Picardi. Fino no trato, de sentimentos nobres, expressando rasgos de amizade, Picardi dedicou-me seu livro: "O Olhar Sob o Signo", editado pela All-Print Editora, neste ano de 2008. Logo na orelha do livro, seu "Editor" deixou expresso que: "Acreditar na vida é acreditar nas verdades maiores da humanidade; é buscar no momento presente o imutável. Este é o princípio que norteia e motiva o poeta e fotógrafo mineiro Anselmo Picardi." Realmente: sábias são essas palavras que externam com maestria a figura simples, mas competente e repleta de inspiração, do apaixonado vate que se perde os infinitos do horizonte... nos sonhos poéticos... nas divagações...

Bastou uma simples leitura de todos os seus versos, – para que eu pudesse me enlevar e entregar minha alma à sublimação de sua poesia. Importante notar que Picardi ingressou no místico universo da Mitologia greco-romana e se misturou as Musas, Divas e Deuses, citando ainda Ninfas, principalmente, de "Polifemo e Galatéia", dizendo que: "Das filhas de Nereu destacou-se Galatéia. A mais bela das Nereidas" (pág. 33 – op. cit.) e citando ainda de Polifemo (filho de Netuno) o seguinte: "Sonhei, sonhei por esse amor impossível e por sua beleza continuei por cantar" (pág. 26 – op. cit.) – Todavia, além e citar tais figuras mitológicas, quase no final da obra também fala de: "A luta é o louro dos bravos", – "No templo da maturidade" e na "Liberdade".

Bastariam os versos inflamados e repletos de conceitos que sufragam seus nobres sentimentos, para coroar todo o seu intento poético. – No entanto apresenta algumas crônicas finais, que se afiguram como verdadeiras "prosas poéticas". O autor que também exercita a profissão de "fotógrafo profissional", realçou diversas páginas com "fotos" de momentos importantes, – bem como, de figuras notáveis que fizeram e ou fazem parte – da sociedade brasileira ( verdadeiras "poesias" em forma de fotografias ).

Enfim, verifica-se que Picardi revelou "in totum" sua "alma pura", porquanto, só poetas de seu porte possuem essa capacidade. Não resta dúvida alguma que o público em geral (... como eu também...) saberá colocar em tudo "O Olhar" e ainda mais "Sob o Signo", eis que: "Se damos aos deuses a forma humana é por desconhecermos forma mais perfeita"(Fídias – escultor grego – século V a.C.) – Borboletas no Pantheon" – conforme citação na primeira página.

Concluindo: meus fraternos cumprimentos, abraços... e... votos de pleno e imorredouro Sucesso!"


São Paulo, 18 de novembro de 2008
Carlos Moreira da Silva
1º vice-presidente do Movimento Poético Nacional

Apresentação do poeta...

Anselmo Picardi no livro

Acreditar na vida é acreditar nas verdades maiores da humanidade; é buscar no momento presente o imutável. Esse é o princípio que norteia e motiva o poeta e fotógrafo mineiro Anselmo Picardi. Sua busca por uma formação autodidata iniciou-se na infância, nos arredores da Serra da Canastra, às margens do Rio São Francisco, no carinho com que sua avó paterna, Maria do Carmo Picardi o estimulava à leitura e a curiosidade na observação do animismo que impera nas manifestações da vida. Logo, aos dezesseis anos de idade, o jovem Anselmo lançou mão da máquina fotográfica , abraçando o foto-jornalismo.

As redações por onde passou, Diário de Minas, Diário do Comércio, Gazetas Mercantil, revista Istoé, revista Gourmet Internacional, revista Primeiravia, entre outras, foram fundamentais para a permanente pesquisa sobre a imagem e a poesia que nela encerra. Um estudo que iniciou-se e foi-lhe tomando a existência e gosto no acompanhamento das leituras do poeta Gentil Faria, seu pai. Uma hora debruçado nos épicos, Homero, Dante Alighieri, Camões; em outra hora, no estudo dos românticos e parnasianos, e por que não? Estudando os modernos!...

Quanta poesia e luz nas imagens do fotógrafo Henri Cartier Bresson(22/08/08 – 02/08/2004)! E quando as formas anímicas se encontram em um profundo estudo sobre a imagem apresentado por Roland Barthes(12/11/1915 –26/03/80), em sua obra A Câmara Clara. Na observação que caminha surge a clareza de um Michel Foucault(15/10/26 – 26/06/84) na busca pela semiótica de todas as imagens e de todos os sistemas de opressão.

Ver a poesia em tudo pelas formas à transcendência do espírito através do olhar é a materialização concreta do milagre da vida. A alma do poeta Anselmo Picardi busca, na poesia e na fotografia, objetos de estudos apresentados nesse livro, a flama e a essência, fundamentais na promoção do imaginário humano.

Hoje, aos quarenta e oito anos, residente e apaixonado pela cidade São Paulo, Anselmo apresenta-se em corpo e alma nessa obra literária. Com a lira, na busca da musicalidade contida em todas as coisas, materializa-se e realiza-se O olhar sob o signo.
O Editor

Prefácio do livro "O Olhar Sob o SIgno"


A poesia clássica de Anselmo Picardi







Por Fernando Jorge





Ao que tudo indica, o soneto apareceu na Itália, tendo sido
muito cultivado pelos poetas sicilianos, que lhe modificaram o
ritmo e a forma. Depois ele se aperfeiçoou na França, graças aos
membros da Plêiade, mas os poetas românticos e parnasianos não o desprezaram, principalmente os segundos. Esquisitos, de beleza extraordinária, são os de Gerard de Nerval(1808-1855); cinzelados de modo magnífi co, como nas peças de ourivesaria de Benvenuto Cellini, os de Joséphin Soulary(1815-1891), nascido em Lion, porém de origem italiana, o último dos românticos e o primeiro dos parnasianos; Théodore de Banville (1825 – 1891), compôs sonetos nos quais a emoção predomina, como em "Tristessa La Lune" e Lá Mart des Amants"; repletos de nuanças, de subtilezas, de sentimentos delicados, assim são os Paul Verlaine(1844 – 1896); e vivos, coloridos, repletos de musicalidade, são os de Albert de Glatigny(1839 – 1879).

Todos esses sonetistas sempre me fascinaram. Volta e meia eu os recito em voz alta e faço a mesma coisa com os sonetos dos portugueses Camões, Bocage, Eugênio de Castro, Antero de Quental e Florbela Espanca. E quanto aos brasileiros, adoro os sonetos de Luis Delfino, Castro Alves, B. Lopes, Olavo Bilac, Raimundo Correia, Alberto de Oliveira, Vicente de Carvalho, Cruz e Sousa, Augusto dos Anjos, Raul De Leoni, Salomão Jorge, Artur Azevedo e Luiz Guimarães Júnior.

Menotti Del Pichia participou ativamente da Semana de Arte Moderna de 1922, mas não se envergonhou de defender o soneto num eloqüente soneto que ele compôs. E disse nessa composição, que o mesmo o amava e o erguia no ar, como uma taça. Assegurou:
na "gaiola dos seus quatorze versos", canta o gênio lírico da nossa raça...

Também amo muito o soneto, não apenas por ser filho de Salomão Jorge, o grande poeta dos "Arabescos" e de "Porta do Céu", autor de sonetos antológicos, como "Beduina" e "O relógio". Amo tanto que escrevi o livro "Vida e poesia de Olavo Bilac", considerado pelo Jornal do Brasil "um clássico das biografias literárias brasileiras".

Para mim , portanto, foi um prazer mergulhar na leitura do livro "O olhar sob o signo", do poeta Anselmo Picardi. Nesta obra ele prova que é um exímio sonetista, pois ele sabe aliar a forma
ao conteúdo. A técnica de Anselmo nunca elimina a alma, a pura emoção encerrada em seus quartetos e tercetos:

"Ressoar nas graciosas plagas desses mares,
Acariciando seus ouvidos, seus luares...
O belo canto a celebrar-te em noite sombria,
Enquanto o oboé minhas dores encobria".

A linguagem de Anselmo Picardi é clássica, tão clássica como a do poeta Cláudio Manoel da Costa, o Glauceste Saturnio da Arcádia Ultramarina, autor destes versos:

"Nize? Nize? Onde estás? Aonde espera
Achar-te uma alma que por ti suspira,
Se, quando a vista se dilata e gira,
Tanto mais de encontrar-te desespera!

Ah! Se ao menos teu nome ouvir pudera
Entre esta aura suave, que respira!
Nize, cuido que diz, mas é mentira;

Nize, cuidei que ouvia, e tal não era."

Do soneto "Borboleta anunciada" de Anselmo Picardi, extraí este quarteto, que comprova a minha afirmativa:

"Ao entrar em seu bosque encantado
Deixei atrás desilusões e tristezas,
Adentrando por sonhos e por certezas
De no mundo do Amado ter entrado."

Anselmo Picardi, além de ser um poeta de talento, é um excelente fotógrafo. Nas suas fotos há também a límpida poesia que ele insere nos seus versos, como se vê nas fotos "A igreja e os
pobres" e "Nasce uma bailarina no barraco". E encerro este meu comentário com o último terceto do soneto "Maravilhas da vida – Mariana", em cuja simplicidade eu senti a presença da mais autêntica e pura poesia:

Pelo convívio de minha gente,
Nessa pressa que o tempo reclama,
Contenta-me vislumbrar-te contente."

Ler ou declamar em voz alta os sonetos de "O olhar sob o signo" é sentir a forte expressividade da língua portuguesa, exaltada por Bilac nestes versos:

"Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: ‘Meu filho!’
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!"

Fernando Jorge – escritor e jornalista, membro do Conselho de Ética do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, desde 2004.
É autor dos livros "O Aleijadinho", "Vida e poesia de Olavo Bilac", "Vida, obra e época de Paulo
Setúbal - Um homem de alma ardente", "Getúlio Vargas e seu tempo", "As lutas, a glória e o martírio de Santos Dumont", "Lutero e a igreja do pecado", "Cale a boca, jornalista! ",etc, etc, etc.
Fernando Jorge foi diretor da Divisão Técnica de Biblioteca da Assembléia Legislativa de São
Paulo e ganhou o "Prêmio Jabuti", conferido pela Câmara Brasileira do Livro, devido sua obra "O
Aleijadinho", que já se acha na sétima edição, lançada pela Editora Martins Fontes
.

"A igreja e os pobres"



"A igreja e os pobres"
(Foto: Anselmo Picardi)

"Nasce uma bailarina no barraco"





"Nasce uma bailarina no barraco"

(Foto: Anselmo Picardi)